Era parecido o título da notícia.
Eu não conhecia Shirley Temple,
no sentido de ser fã acérrima, conhecedora de todos os seus filmes, acompanhado
a sua vida. Não sabia que idade tinha.
Mesmo assim, senti-me invadida
por uma emoção estranha. Chorei mesmo quase compulsivamente. A Shirley Temple
que eu conhecia tinha no máximo 8 anos, usava vestidos de roda e cachos loiros.
Sorria muito e fazia beicinho.
Coloquem Shirley Temple em qualquer motor de pesquisa e os resultados são os
mesmos.
Sim, sabemos que Shirley Temple
tinha já muita idade, já não era a menina sorridente de caracóis dourados, mas olho
para as minhas filhas, para as suas mãos inhas,
inhas, os seus “o vetido nã roda,
mamã” e para o riso que lhes prolonga o olhar por séculos e séculos… Hão de
ser sempre as meninas do meu coração.
Olho a minha avó, com os seus 89 acabadinhos
de fazer, e só vejo a menina de cara enfiada e saia curta, com dois palitos em
vez de pernas e 3 anitos de altura numa rua empedrada de Vila Praia de Âncora.
(Filha, quem o soubera?)
Olho mais uma vez para uma das
imagens daquele rosto de menina tão traquina quanto fofo. Para mim, quem morreu
não foi a senhora de 80 e tal anos; foi a menina de 6 ou 8. (Somos todos
pequeninos quando morremos). E choro. Por ela, por nós. Don’t be so nervous!, dizia a Walt Disney a quem apresentara o Oscar.
Sleep well, sweet “Little
Princess”.
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